Estamos ficando velhos!


Não importa sua idade. É um fato. É isso e pronto, acabou. Nós envelhecemos desde quando éramos sementinhas do papai... Ou até antes... Enquanto sementinhas, éramos o amadurecimento dos planos dos nossos pais... Ou pelo menos o amadurecimento daquele jantarzinho... Ele e ela beberam demais... Bom, deixa pra lá. Absoluta mesmo é a premissa de que somos a mudança personificada desde sempre.
                Mas tem algo que é ainda mais louco. Sentir o tempo passar. Sentir que gostamos mais do que antes de dormir, saber que assistir TV de manhã é só para domingos, perceber que não tiramos mais casquinha de machucados tão frequentemente, e menos frequente ainda é ter machucados... E temos menos espinhas... E a política começa a importar, e as etiquetas dos preços no mercado mais ainda. Estudar passa a ser opção... Procuramos emprego e já não é o primeiro. Sentimos que o tempo está-se abreviando.    
                E quer saber?! Se já faz mais de dez anos do seu primeiro beijo, já está na hora de você amadurecer!
A gente percebe que está crescendo. E aí a gente começa a se analisar. Não nos orgulhamos de tudo que fizemos, mas não nos arrependemos, porque aprendemos. Paramos de buscar a perfeição pra buscar a identidade.
Hoje guiamos a vida e o carro com mais cautela... Percebeu?!
Nós, mulheres, entendemos que nosso bumbum não dispõe de um dispositivo que ativa um Photoshop orgânico, e começamos a aceitar que celulite é normal. Cuidar é sempre bom, mas já não é razão pra depressão. Tem um momento que rostinho bonito não é tudo, e que músculos não te levam pra jantar... Ou pelo menos não garantem a sobremesa. A gente entende que enquanto umas fazem dieta, outras adorariam um fondue de chocolate num chalezinho romântico em um dia frio.
...Mas parei com a visão feminina.
Agora é muito claro que dizer “eu te amo” sempre pras mesmas pessoas nunca é demais, mas pra um monte de pessoas sempre diferentes é desequilíbrio, carência ou, no mínimo, imbecilidade.
A esta altura, é comum preferir ficar em casa a ir pra noitada. É fácil entender que química não é amor, e que química não é corpo perfeito, e que amor dá enjôo e é um enjôo bom. E que o que tira o fôlego nem sempre amor, mas com certeza é química. Inteligência passa a ser hipnótica e afrodisíaca. E em um ponto da sua existência você começa a se imaginar com a vida estabelecida... E começa a pensar em casamento, e filhos... Ou não. Não mesmo. Mesmo. Não.
Passa a ser óbvio que a teoria “meu amor, seu amor e uma cabana” é linda pras férias, mas todo dia é ruína na certa. Encaramos que algum de dinheiro é imprescindível pra manter uma pessoa. Por que seria diferente para duas pessoas...?! - Além de proporcionar uma escapada da rotina.- Mas também vem a certeza que só material não nutre o amor, tem que cultivar, renovar e reinventar todo dia!
...E lá estamos, colecionando memórias... As experiências vão servindo mais do que nunca para alguma coisa. E fica claro que o que morre aos poucos machuca mais. Vamos aprendendo a falar e a calar, a insistir e a desistir, a ouvir e refletir, a pesar, a medir, a ignorar e a considerar, a chorar e a sorrir de alma, do âmago... Aprende-se até a fingir que acreditamos, a fingir que enganamos... Mas mais ainda aprende-se a dizer a verdade... -Ou se não aprende, era pra aprender, poxa!
Começamos a ver que algumas coisas simplesmente não são fáceis, mas a maioria é... E a gente dificulta. Mas deixar de dificultar é ainda mais dificultoso!  E aceitar que nunca é tarde demais é mais difícil ainda... ! E aceitar que às vezes a maré é mais forte do que nossas remadas, dói. Dá pra saber agora que acelerar é tão ruim quanto adiar as coisas.
A gente muda, e evoluir é preciso... Mas não importa quantos anos você tem... Se você está vivo é porque ainda não aprendeu tudo!

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