...Essas que não mudam
pra valer... Deve ser mais fácil de encontrar satisfação pessoal. Sem esforço,
assim, quase que por osmose. E essa “não-mudança” faz com que alguns grupinhos
se mantenham. Seja pelas suas habilidades físicas/intelectuais ou pelas suas
inabilidades... E engraçado como o assunto entre elas é sempre o mesmo, e é
basicamente isso que as mantém unidas.
Perdoem-me os bitolados e, acredite, aceito de peito aberto minha
classificação por estes de instável, fria, sem amigos e outros adjetivos do
gênero. Mas acho chato ser igual a todo mundo, e mais chato ainda todo mundo
ser o todo mundo de sempre.
Acredito nas amizades verdadeiras, e justamente por acreditar que sei o
quanto são raras... E não é porque você canta, dança, malha ou é um baita gênio
que esses raros amigos estarão por perto. É diferente dos grupinhos por “algo”.
É mais ou menos assim... Você canta?! Que lindo... Que bandinha linda você tem!
E se não tiver mais bandinha no seu “bandinho”?! O “bandinho” vai se bandear
pra que lado?! Será que ainda será para o seu?!
E é por isso que sou admiradora –uma babona!- de gente com
personalidade forte, de gente que se basta e não precisa de “bandinho” pra se
definir. Veja lá que não estou me referindo aos que tem uma necessidade louca
de auto-afirmação... Aqueles com necessidade desenfreada de impor seu ponto de
vista e criticar, na maioria das vezes negativamente, tudo e todos que estão ao
se redor e que fogem de seus “padrões muito obviamente corretos”... Estou
falando da minha admiração por aqueles que podem não saber nada sobre futebol
ou filosofia, mas que não têm problemas em ouvir o placar do “Brasileirão”, ou de
entender as teorias sobre o ser humano de gente que podem nunca nem ter ouvido
falar. Me extasia gente que faz até da própria ignorância justificativa para
longas conversas... Gente que migra de um assunto pro outro sem medo de
encontrar diferentes pontos de vista... Faz de um assunto banal algo a se
considerar, discorda e concorda de tudo e de nada. Que delícia ver alguém rindo
de “coisa nenhuma” e mesmo assim isso carregar algum conteúdo: autenticidade.
Se encaixar em grupinhos é um porre, agir de acordo com padrões
imutáveis... pior! Padrões que você se impôs, que impuseram para você implicita
ou explicitamente! Um sambista e um roqueiro fazendo um sonzinho, seu tio
engomadinho dançando com você, um artesão que é político... e de direita!! Por que não?!
Gente chata esses quadrados, viscerais, esses “cults” da nova geração!
Ninguém sabe demais sobre tudo. Compartilhe, divida, absorva. Sê dê uma
chance de conhecer o novo, de ver o que é diferente de você... Encare a mudança
de ambientes, de pessoas, de si próprio... As mudanças que o tempo, que as
experiências, que o conhecimento de mundo trazem... Mais que isso, aceite que
todo mundo tem algo a te acrescentar mesmo sendo tipos antagônicos de tudo que
você julga necessário para sua vida.
Buscar sua própria identidade pode significar se perder numa imensidão
de tudo e de coisa nenhuma. O que as pessoas dizem de você não te faz menos
você e nem mais do que elas falam de você.
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