Ah, o mar...

Que saudade do mar! Que saudade da paz que ele traz, da sensação de rotina que ele leva embora, das lembranças que ele remexe, das tristezas que ele afoga...!
              Que falta faz aquele cheirinho salgado, aquele barulho que hipnotiza, aquela brisa que toca tão de leve tudo que encontra, que embala as folhas das árvores, que acaricia meu rosto...
              Pra mim mar é refúgio, é ponto de equilíbrio, é segredo, é verdade, sou eu na minha mais pura essência... Instável, infinito, intenso na calmaria e na revolta, cheio de mistérios nos quais perde-se de si mesmo. Estar perto do mar é estar perto de mim mesma na melhor companhia... É onde encontro respostas e onde desisto de procura-las, é onde vislumbro o tempo e a vida, onde encaro a menina e a mulher, onde me perco em sentimentos, sensações e pensamentos... É algo que me diz tanto com o silêncio...!
              ...E posso ser criança de novo entre as conchas e o medo de siri, onde posso refletir e onde o “fazer nada” pode render tanto... Onde quero tudo e nada, onde em um livro encontro a única vida alheia que me interessa. E surge a introspecção que se distancia cada vez mais de ser perturbadora à medida que me deixo ser tomada por ela...
             É uma satisfação inexplicável, um bem imensurável... Tão necessário que podia ter uma versão de bolso!

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